segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Das fitas cassetes aos MP3s

Com o advento das novas tecnologias e a rápida propulsão da internet, lembro-me de como era difícil o acesso à música, sobretudo às bandas antigas e mais obscuras de Rock. Desde os anos 60, quando o Rock proliferou-se em terras brazucas, até a poucos anos, o único meio de conhecer novos sons era através de amigos e de conhecidos, que tinham acesso aos discos de vinil nas grandes capitais ou no exterior. A partir daí, gravava-se o disco numa fita cassete, que passava para outra pessoa, que também a gravava numa fita cassete, e assim sucessivamente, chegando até você a vigésima gravação, com músicas cortadas e péssima qualidade de som. Não nos importávamos, aquelas fitas eram tesouros, um material invejável. Quando chegavam à mão CDs ou mesmo o próprio vinil, nossos corações transbordavam de uma melodiosa alegria, ritmados pelos acordes raros e preciosos de nossos tesouros recém-descobertos.
Em poucos anos, com o avanço da tecnologia, estas práticas ficaram no passado, pois, através da internet, encontramos qualquer disco lançado no mundo. Com uma qualidade incrível, encontramos desde uma obscura banda norueguesa de metal pesado que lançou apenas mil cópias de um disco, até um show que aconteceu ontem no Egito. Não há limites e nem impossibilidades, podemos achar praticamente tudo que se procura. Discos, outrora nunca sonhados, nem mesmo em fitas cassetes, são baixados em poucos minutos, contrabalanceando com anos de procura em sebos, lojas especializadas e feiras por todo o País.
Muitas destas raridades estão há décadas fora de catálogo, e que, provavelmente, nunca terão uma lançamento oficial em CD. Graças ao trabalho árduo de verdadeiros pesquisadores, fãs e amantes do Rock, que disponibilizam muitas horas para passar o vinil para MP3, melhorando o quanto podem a qualidade de som, somos presenteados com verdadeiras pérolas, há muito perdidas em empoeiradas estantes. Estes discos contam histórias, marcaram uma época, embalaram os sonhos e as vidas de muitas pessoas. Discos censurados pela ditadura, discos que não tiveram a divulgação necessária, discos menosprezados pela crítica, ganham, no século 21, uma nova importância, revelam fatos de nossa história, recortes de uma realidade que voltam à tona sem censura, ao alcance de todos.

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